segunda-feira, 21 de janeiro de 2019



“Alguns médicos me disseram que não revelam que são autistas por medo do preconceito’ — Foto: Estúdio Marães


Do G1 – No salão de eventos de um prédio de Cuiabá (MT), os balões dourados formam o primeiro nome de Enã Rezende, de 26 anos. No lugar, há itens como chinelos e camisas em homenagem ao rapaz, que colou grau na terça-feira (15). A família não poupou esforços para comemorar a formatura do jovem no curso de medicina na Universidade de Cuiabá (Unic). É um dos períodos mais felizes para a mãe dele, a psicóloga Érica Rezende, 46.


Para ela, que há quase 20 anos ouviu de uma professora de Enã que o garoto não conseguiria ser alfabetizado, ver o filho concluir o ensino superior é uma emoção que não consegue descrever.

Enã é autista. Desde a mais tenra idade, enfrentou preconceito e sofreu bullying por conta de suas características. Em razão das ofensas que ouvia de colegas, ele afirma que costumava se sentir inferior. O jovem conta que a conclusão do curso de medicina é também uma forma de provar para si que é capaz.




“Eu dizia para mim: tenho que vencer na vida e mostrar que está todo mundo errado. Sempre soube que teria de lutar mais que os outros para conquistar meus objetivos”, diz o rapaz, de fala mansa e poucos gestos.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), popularmente conhecido como autismo, é uma desordem complexa do desenvolvimento cerebral. Ele se caracteriza por dificuldades na socialização e comunicação, além de padrões de comportamentos considerados repetitivos, como ações semelhantes em curto espaço de tempo.

Segundo estudo feito por cientistas americanos, a estimativa é de que, aproximadamente, uma a cada 59 crianças têm alguma característica do TEA.


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