quinta-feira, 28 de março de 2019

MAIA VOLTA A ENQUADRAR BOLSONARO: ESTÁ BRINCANDO DE SER PRESIDENTE; GUEDES APARECE NO SENADO, DEFENDE REFORMA E AVISA: NÃO TENHO APEGO AO CARGO



Rodrigo Maia subiu de novo o tom contra Jair Bolsonaro depois da entrevista a José Luiz Datena em que o presidente voltou a dizer que o deputado está “abalado” por “questões pessoais”, registra a Folha.

“Abalados estão os brasileiros que estão esperando desde 1º de janeiro que o governo comece a funcionar. São 12 milhões de desempregados, 15 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza e o presidente brincando de presidir o Brasil”, atacou o presidente da Câmara.

“Agora está na hora de a gente parar de brincadeira e está na hora de ele sentar na cadeira dele, de o Parlamento sentar aqui e a gente resolver em conjunto os problemas do Brasil”, acrescentou. O novo bate-boca, registre-se, acontece horas depois de Maia e Sergio Moro acertarem o início da tramitação do pacote anticrime pelo Senado.


GUEDES APARECE NO SENADO, DEFENDE REFORMA E AVISA: NÃO TENHO APEGO AO CARGO

Um dia depois de ter fugido do debate sobre a Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, onde não compareceu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o ministro da Economia, Paulo Guedes, compareceu nesta quarta-feira 27 à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), para defender a proposta do governo Bolsonaro diante de uma base desarticulada, que conta com um apoio frágil até mesmo do PSL, partido do presidente da República.

Sobre a reforma, Guedes disse que "a bola está com o Parlamento" e repetiu o discurso midiático de que se a proposta não for aprovada da forma como foi enviada aos parlamentares, o Brasil vai quebrar e as futuras gerações estarão ameaçadas. "Se fizermos, não tem problemas. Se não fizermos, vamos condenar nossos filhos e netos, por nosso egoísmo, nossa incapacidade de fazer um sacrifício", declarou. "Há uma bomba-relógio demográfica no Brasil", alarmou.

Em mais uma atitude de recusa de diálogo, diante do mercado em pânico, o ministro da Economia ameaçou até deixar o cargo. "Estou aqui para servir, se ninguém quiser meu serviço, não tenho apego ao cargo". "Se presidente apoiar coisas que podem resolver o País, estarei aqui (no governo). Se presidente ou poderes não assumirem, eu tenho vida fora daqui. Mas também não terei irresponsabilidade de sair na primeira derrota, não existe isso", completou.

KÁTIA ABREU CORRIGE PAULO GUEDES, QUE AGE COM GROSSERIA: POSSO FALAR?



O ministro da Economia, Paulo Guedes, bateu boca com a senadora Katia Abreu durante sessão da Comissão dos Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta quarta-feira 27. Guedes disse que a aposentadoria dos parlamentares era 30 vezes superior ao benefício médio do trabalhador, no que a senadora o corrigiu: "Os senadores ganham o teto do INSS de R$ 5.000".

"Por favor, eu posso falar? A senhora terá o seu horário", disse Guedes, com grosseria. "O senhor não é o mandante da comissão", rebateu a senadora. "De forma alguma, mas temos que ter alguma disciplina. Vamos todos falar ao mesmo tempo?", disse, em tréplica, ironizando ao convidar todos a falarem ao mesmo tempo.

"O senhor é convidado aqui, vamos lhe tratar com respeito. Mas o senhor não vai desrespeitar senador ou senadora aqui não. O senhor adiou três vezes sua vinda aqui. Entre nós a gente pode ter divergência política. Os senadores são os verdadeiros representantes da população brasileira. Mal ou bem, o governo atacando a velha política, nós somos representantes", interveio o presidente da comissão, senador Omar Aziz.

"O senhor mandou a senadora calar a boca", acusou o parlamentar. Guedes negou.

FINANCIAL TIMES: MERCADO PODE ESTAR DESPREPARADO PARA A INCOMPETÊNCIA DE BOLSONARO


Em texto opinativo, o jornal britânico Financial Times afirmou que os mercados podem não ter se preparado para a extensão da incompetência do presidente Jair Bolsonaro.

"Investidores em mercados emergentes esperavam um ano de continuidade política em 2019, após uma série de eleições potencialmente transformadoras no ano passado. Mas passado um quarto de ano, as coisas não estão funcionando como planejado. O caminho para as reformas pró-mercado nas grandes economias em desenvolvimento está se mostrando mais difícil do que nunca", diz a publicação.
De acordo com o jornal, "muitos investidores estão preparados para aturar o que alguns consideram como as atitudes racistas, misóginas e homofóbicas de Jair Bolsonaro, o ex-capitão do Exército de extrema direita que assumiu o cargo em 1º de janeiro, sob a alegação de que seu ministro da economia liberal faria reformas vitais para o sistema de bem-estar".

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