quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

FÁBIO FARIA CRITICA INÍCIO DE GOVERNO FÁTIMA: “NÃO EXISTE NENHUMA AÇÃO ATÉ AGORA”


Deputado federal lembrou gestão do ex-governador Robinson Faria e disse que “o governo Fátima tem que olhar para frente”
Deputado federal Fábio Faria (PSD)
Em mais um mandato na Câmara Federal e eleito para ocupar a terceira secretaria da Mesa Diretora, o deputado Fábio Faria (PSD) afirmou que “o Estado está numa situação muito difícil e que não foi causada pelo governador Robinson Faria” e sugeriu que “o Governo Fátima tem que olhar para frente”. O parlamentar garantiu que está “à disposição porque fiquei acompanhando durante quatro anos esse momento político do estado”.
Por outro lado, Faria vê a eleição de Rodrigo Maia (DEM) para mais um mandato à frente da presidência da Casa como “credibilidade e confiança” dos partidos que votaram nele e classificou a eleição no Senado como “extremamente conturbada”.

Em entrevista ao Agora RN, o parlamentar comentou a respeito de suas impressões do governo do presidente Jair Bolsonaro e também quanto à definição do coordenador da bancada potiguar no Congresso Nacional

AGORA RN: Qual sua avaliação a respeito da eleição da mesa diretora?

FÁBIO FARIA: Uma avaliação extremamente positiva. Primeiro por ter sido escolhido por 32 deputados do meu partido, quase à unanimidade do PSD. Depois por ter sido o mais votado de toda a eleição da mesa. Isso me deu muita alegria. Quero agradecer a todos os deputados que votaram em mim [416 parlamentares]. Realmente muito simbólico isso porque não esperava, nem perto, uma votação dessa.

ARN: O que representa a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Casa?

FF: Representa a união da Câmara dos Deputados porque ele teve votos tanto na extrema direita quanto na extrema esquerda. Voto no centro, voto de todos os partidos que dão a ele credibilidade e confiança para que ele possa comandar a casa com altivez, independência. Os deputados confiam nele.

ARN: E quanto à eleição no Senado, de que forma o senhor avalia?

FF: Eleição extremamente conturbada. Eu não sei muito porque estava em campanha na Casa ao lado, mas como expectador acredito que o que ocorreu no Senado será avaliado nos próximos dias. Ainda não temos uma opinião concreta se isso foi bom ou não. Porque tivemos uma eleição na Câmara com voto fechado e uma eleição no Senado com voto praticamente aberto. Então, esse é um cenário que a gente tem que esperar os próximos dias. Acho que senador Renan [Calheiros] errou ao insistir no nome dele porque quando viu que não tinha consenso era pra ter buscado um nome como a Câmara buscou um nome que foi consensual. Rodrigo [Maia] teve uma grande votação. E no Senado isso não ocorreu.

ARN: Como será o trabalho à frente da terceira secretaria? De que forma será desenvolvido?

FF: Faremos o trabalho que cabe ao terceiro secretário da Câmara Federal. São funções da terceira secretaria cuidar das viagens internacionais parlamentares oficiais, a questão das faltas. Porém, o mais importante são as reuniões da mesa onde se define junto com o presidente da Casa e os outros titulares da mesa diretora, o 1º vice-presidente e 2º vice-presidente e os quatro secretários sobre os comandos administrativos da Casa. Muitas funções importantes são definidas neste colegiado.

ARN: Qual sua expectativa para o governo Fátima Bezerra?

FF: O Governo Fátima tem que olhar para frente porque o Estado está numa situação muito difícil e que não foi causada pelo governador Robinson Faria, muito pelo contrário. Foi porque nos últimos anos, tanto no Congresso Nacional quanto nos Estados foram votadas medidas abundantes sem se preocupar com o que poderia acontecer. Muita gente sabia que um dia isso iria chegar a um colapso e, infelizmente, o colapso chegou já ao RN. Então, pelo que eu vi das primeiras medidas, está muito longe de tentar sanear o Estado. Não existe nenhuma ação, que eu vi até agora, a não ser enxugar gelo. Porque buscar esforços, o governo Robinson fez muito bem isso. Conseguiu buscar todos os esforços possíveis. Então acho que a governadora Fátima precisa se debruçar mais. Eu estou à disposição porque fiquei acompanhando durante quatro anos esse momento político do Estado. Nós temos uma discrepância muito grande em relação aos outros estados. Nós não temos dívidas. O que nós temos é uma crescente folha de inativos, maior que a dos ativos. Então nossa situação previdenciária se esgotou. Temos que nos debruçar sobre este assunto e também ter o cuidado de avaliar com calma e tomar medidas para que a gente consiga viver pelos próximos 20 anos e não apenas paliativos. As medidas paliativas são muito ruins, porque nos dão a sensação “fake” que não é a verdade.
ARN: E com relação ao governo de Jair Bolsonaro, o que espera?

FF: Eu espero que o Governo Bolsonaro tenha êxito. Nós precisamos que o Brasil atravesse essa grande crise. Nós temos grandes desafios, temos reformas importantes para colocarmos em pauta. Teremos que votar medidas duras porque o Brasil também está entrando em colapso. 50% dos estados em situação difícil, 50% dos municípios do país também e com a união não é diferente. Nós tivemos R$ 30 bilhões para investimentos o que é muito pouco pro Governo Federal. Então, a situação do Estado Brasileiro é muito difícil. Nós temos que ter um estado que tenha condição para concorrer com outros países tanto da América do Sul, alguns com situações muito melhores que a nossa, mas principalmente países europeus e Estados Unidos. O Brasil hoje está sendo visto como um país de grande potencial. Então nós temos que tomar medidas importantes para dar tranquilidade para os investidores, principalmente na segurança jurídica, para que nós tenhamos aí um êxito.
ARN: Com relação à definição do coordenador da bancada do RN no Congresso, como está esse processo?

FF: A definição da coordenação da bancada do RN está avançando muito bem. Sempre foi de forma consensual e, desta vez, não será diferente. Qualquer notícia em relação a isso é especulação. Todas as vezes que escolhemos os coordenadores da bancada foram de formas consensuais. Eu, por exemplo, já fui coordenador. Até alguns deputados me chamaram para ser novamente neste momento e eu disse que não queria porque já vou participar da mesa diretora e acho importante que tenha essa alternância. Deputados que já têm mandato, eu defendo uma tese que tenham um pouco de experiência no mandato parlamentar para que coordene a bancada e que seja o nome que consiga o maior número de votos, que consiga o consenso.

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