sexta-feira, 25 de agosto de 2017

EMPRESÁRIO MANTINHA ESPOSA E 6 FILHOS EM CÁRCERE PRIVADO HÁ 19 ANOS EM FORTALEZA

Os familiares eram mantidos presos dentro da própria casa (FOTO: Reprodução TV Jangadeiro)

A Defensoria Pública do Estado do Ceará, por meio do Núcleo de Atendimento da Defensoria da Infância e da Juventude (Nadij), entrou com uma ação urgente de medida protetiva para acolhimento institucional de seis crianças e adolescentes mantidos em cárcere privado pelo pai, em apartamento no Bairro Dionísio Torres, área nobre de Fortaleza, nesta sexta-feira (25).

A condição foi descoberta após denúncia anonima, por meio do Disque 100, e diagnosticada pelo Conselho Tutelar, em atitude que configura cárcere privado, negligência e agressão cometidos pelo pai, um empresário, contra a esposa e os seis filhos.

A juíza da 3ª Vara da Infância e Juventude, Mabel Viana Maciel, deferiu o pedido executado na manhã desta sexta-feira (25), pela Delegacia de Combate a Exploração da Criança e Adolescente, acompanhada dos conselheiros tutelares e dos defensores públicos do Nadij. 

Na decisão, ela corrobora com o pedido da Defensoria pelo abrigamento temporário das crianças e jovens até apuração dos fatos e investigação aprofundada.

Segundo a Defensoria Pública, o homem mantinha seis filhos e a esposa em cárcere privado, há 19 anos, no apartamento do 2º andar de prédio onde residem em Fortaleza, na Rua Visconde de Mauá, a um quarteirão da Praça da Imprensa. Os filhos possuem idades que variam entre 4 e 19 anos, não frequentam a escola, nem médico e não têm convivência com amigos ou outros familiares.

O nome do empresário não foi divulgado oficialmente. O programa Barra Pesada, da TV Jangadeiro/SBT, apurou que ele se chama Massaharu Nogueira Adachi, e que é descendente de japoneses.

De acordo com a defensora pública e titular do Nadij, Ana Cristina Barreto, “é preciso aplicar a medida protetiva de acolhimento institucional às crianças e adolescentes em uma unidade de acordo com suas características individuais, mantendo, dentro do possível, os irmãos na mesma unidade, de forma a assegurar a proteção integral de seus direitos”, afirmou.

Pelo relato da Defensoria, os jovens não saíam do apartamento e não fazem esporte, lazer ou qualquer outra prática de convivência social. Além disso, a alegativa para o isolamento da família corrobora para o entendimento de problemas psíquicos sofridos pelo pai, com relatos alucinatórios.

A defensora pública que acompanha o caso informa que a realidade destas crianças está longe de alcançar o que garante o Estatuto da Criança e Adolescente. “Pelos fatos apontados não há dúvidas quanto a incapacidade dos genitores de manterem os filhos sob sua guarda e responsabilidade”, destacou Ana Cristina Barreto.

Veja matéria do programa Barra Pesada, da TV Jangadeiro/SBT:





Nenhum comentário: